84ª Corrida de São Silvestre

31/12/2008 16:50 (quarta feira )

Local : Av. Paulista - São Paulo -SP

Distância : 15km

Tempo : 1:33:15

Pace: 6:13 min/km

Clima : Nublado, 28 graus Celsius e umidade do ar em 50%

Valor da inscrição:R$80,00 em novembro

Colocação

Geral : 8269º

Categoria:1383º

Obs. Havia cerca de 20 mil inscritos

Medalha :

Camiseta:

Fotos :

Relato pessoal:

São Silvestre é especial. Apesar da minha estréia nesta prova ter ocorrido no ano passado, ainda senti a ansiedade da véspera e a noite anterior não foi tão fácil pegar no sono. Quando disse a Chris que eu não havia dormido direito por causa da ansiedade , ela riu e me chamou de meninão. Fazer o quê? Ser criança foi a melhor fase da nossa vida, porque não voltar de vez em quando a infância ?Como foi combinado com o Zé Mauro ( responsável), o horário de saída do ônibus cedido pela prefeitura de Pinda estava marcado para as 11hs , por isso saí da cama por volta de 8hs tomei aquele café da manhã digno dos hotéis e pousadas e fui preparando os apetrechos tais como câmera fotográfica, tênis, chip, número, etc.

Como antes das 11 hs seria muito cedo para almoçar, resolvi ir até a padaria comprar alguns pães e um suco para o almoço improvisado durante a viagem. A Chris( minha esposa) fez uns filés de frango na chapa junto com umas fatias de peito de peru que dentro dos pães se tornaram meu almoço do dia regados com o suco e finalizado com uma banana de sobremesa.

Após tirar umas fotos em casa com os meus dois moleques , seguimos ( a família toda) para o ginásio João do Pulo em Pinda onde o ônibus já estava posicionado e cerca de 40 pessoas estavam prontas para seguir a São Paulo e participar da prova. Alguns experientes e velozes outros estreantes também rápidos e outros não tão rápidos. Mas enfim todos bastante animadosBeijos de despedida na esposa e nos meninos.

Após um "breafing" pelo Zé Mauro e uma oração de mãos dadas , entramos no ônibus e seguimos em uma viagem que nem sentimos passar, porque quando corredor se junta tem história de corrida prá contar que não acaba nunca...

Sentei no fundão e fui papeando com a estreante, mas veloz Luciana , a qual só conhecia de vista e por cumprimentar em algumas provas e também com o Lucas, um jovem estrante na São Silvestre , mas que confessou não ter treinado para o desafio.

Em São Paulo o motorista que no ano passado havia conseguido estacionar bem perto da Paulista, mas com um micro ônibus, conseguiu estacionar no mesmo local desta vez com um ônibus para 45 passageiros. Após alguns já trocarem a roupa para a corrida e tirarmos as tradicionais fotos de todos, seguimos com o experiente Zé Mauro para a Paulista a fim de mostrar aos estreantes os pontos de largada, chegada, pontos de referência para chegarmos ao ônibus no final da prova, etc.

Feito isso aproveitei para transitar pela avenida, encontrar amigos recentes como o Valmir, se não me engano o nome, da equipe Monsanto , que conheci em Campos do Jordão através do Fabio Namiuti, o Félix que conheci na prova do Bardo Mané em 2007 e até o próprio Mané ostentando um banner simples divulgando seu site . Aproveitei também para passar o tempo tirando fotos das figuras e com as figuras que sempre aparecem e muito em todas as São Silvestres. Dá a impressão que esses caras aguardam o ano inteiro só prá isso.

Quando faltava cerca de uma hora para a largada segui para o ônibus junto com o amigo Marco Antonio que encontrei na avenida para guardar minha câmera fotográfica, já pensando em voltar rápido para o posicionamento na avenida. Quando retornamos a avenida já estava muito cheia de corredores. Achei um espaçozinho ao lado dos banheiros químicos para fazer meu alongamento. Detalhe, desta vez os banheiros químicos disponibilizados em toda a avenida eram muitos. Consegui utilizar um deles cerca de 1 hora e meia antes da largada sem problemas, mas enquanto eu fazia meu alongamento próximo a uma fileira deles, observei que as filas de atletas "apertados" eram enormes cerca de 15 minutos antes da largada.

Bem, após o alongamento me posicionei próximo a umas bandeiras que indicavam o tempo de 5:30min/km , o que não era o meu caso, pois eu esperava fazer 6min/km , mas era praticamente impossível naquele momento devido a aglomeração me posicionar no local sugerido pela organização.Na verdade sabemos que muitos nem ligaram para esta sugestão e acredito que pouquíssimos aderiram a idéia.

Na avenida, a ansiedade aumenta e agora só faltam 10 min para a largada. Uma garrafa pet cheia de água gelada é deixada próximo a calçada por um atleta que a usou para jogar um pouco de água na cabeça e tomar uns goles, pergunto se posso usar e ele responde que sim. Aproveito para fazer o mesmo, jogar um pouco na nuca e tomar alguns goles. Lembro que no ano passado havia uma vendedora de água e refrigerantes parado na calçada ao meu lado e que foi muito bom pegar uma pedra de gelo do seu isopor e ficar esfregando na nuca momentos antes da largada.

O locutor anuncia a largada o tema de Carruagens de Fogo é tocado e ficamos marcando passo no mesmo lugar. Levamos cerca de 10 min para cruzar o tapete da largada e só conseguimos trotar depois que passamos pelo bloco que fica tentando aparecer na câmera da globo no alto de uma espécie de grua na avenida.

Corro junto a dois atletas de Pinda que não são corredores, ambos fazem parte da equipe de salto em altura de Pinda, mas que ganharam a inscrição e quiseram realizar o sonho de participar da prova. Um deles é o Lucas, que confessou não gostar de correr, o outro não é estreante em São Silvestre e parece estar mais preparado. Chegamos a Consolação que desta vez não tem a pista da esquerda liberada como ocorreu no ano passado. No entanto alguns corredores pulam o canteiro e resolvo pular também para correr mais tranquilo sem tanta aglomeração. Tento conter a empolgação e consigo preocupado também em ajudar o Lucas que corre um pouco atrás. Pergunto se o ritmo está bom prá ele e ele diz que sim. Já o Damião que corre ao meu lado parece estar muito bem, mas não para de falar , de mexer com a mulherada que está correndo próximo e da mulherada que assiste a prova nas calçadas. Ele dá uma parada para amarrar o cadarço do tênis, mas eu não paro e temo por perder minha concentração, mas sigo bem e confiante. Quase no final da Consolação observo tudo fechado a frente e alguns atletas tendo que pular de volta para a outra pista, é não tinha jeito a aglomeração segue até o final da prova. Ainda tivemos que ouvir um fiscal bravo dizer que não estávamos no percurso correto. Damião zomba do fiscal: ..." ai como ela está nervosa"...

No final da Consolação escuto gritos de guerra, quando chegamos perto observo que é um pelotão com cerca de 20 bombeiros todos uniformizados correndo juntos e não tão rápidos que acabam atrapalhando por ser um bloco coeso. É mole, essa São Silvestre tem cada surpresa...

Chegamos a praça da República e Damião me pergunta onde estamos e onde que vai ter posto de água. Respondo que a água é no km 4,5 e que já estamos perto. Lucas fica para trás aí e sigo junto com Damião . No posto de água o Damião para na primeira bancada de água que costuma ficar tumultuada, eu vou mais a frente e pego uma bancada mais livre. Depois observo que a figura do Damião pegou uns 6 copos de água.Prá que tudo isso? Acho que ele pensou que eu não ia conseguir pegar e pegou uns a mais . Digo a ele que não quero e sugiro que ele dê para alguém que não conseguiu. Aí foi engraçado ver ele oferecendo água pra todo mundo. Ô figura....

A julgar pelo kit pego com antecedência que como no ano passado desta vez também tinha pó de café, havia o prenúncio que a água dos postos novamente seria quente explicados por alguns ironicamente que era para utilizar o pó de café dado no kit. Graças a Deus não foi o que ocorreu desta vez.

O clima está bom, não há sol e me sinto confortável na corrida, com a expectativa de fazer a prova em 1h e 30min. Até o km 7 estou dois minutos abaixo do limite esperado para atingir este objetivo, mas é só a metade da prova e a certeza que na Brigadeiro este ritmo certamente cairia. Nesse momento Damião fica prá trás. Sigo mais tranquilo e concentrado. As marcações dos km estão bem visíveis este ano e isso vai me ajudando a monitorar meu pace. Chega o posto de água do km 7,5 ao pé de uma íngreme subida. Tiro o sachê de gel e mando pra dentro. Obs. A única vez que havia tomado gel foi na São Silvestre de 2007. Achei que foi positivo e me deu mais energia no final da prova, no entanto por ter ingerido o gel com pouca água naquela ocasião, ficou aquele gosto melado na boca incomodando até o posto de água seguinte.

Pensando nisso resolvi tomar muita água para ajudar na digestão rápida do gel e para não ficar com aquele gosto ruim na boca. Deu errado. Senti a barriga cheia, pesada e prá piorar a subida pela frente e mais uma no km 9 que derrubou meu ritmo assustadoramente. Prá piorar o drama, começou aparecer aquela dor de lado e umas ameças de fisgada na panturrilha esquerda.

Fui obrigado a diminuir o ritmo, sem andar e ver o tempo despencar. Os 2 min de margem já eram. A esperança agora era o mal estar passar, o gel fazer efeito e conseguir subir bem a Brigadeiro.

Me concentrei bem desta vez não teve nem tapinha nas mãos das crianças que estendem o braço no trecho do percurso da região central de São Paulo. Cheguei razoavelmente melhor na Brigadeiro, o tempo já havia despencado mas no meu íntimo havia a vontade de fazer na Brigadeiro um ritmo em torno de 5:40 o que me daria com um pouco sorte e um bom sprint na Paulista o tempo almejado.Doce ilusão. Olhei prá cima e vi alguma nuvens negras, mas não acredito que uma chuva ali alteraria muita coisa. . Fui "forte" na Brigadeiro o máximo que pude e até me surpreendi, mas teve um momento que as pernas não iam mesmo, aí não teve jeito , tive que andar. Marquei 30 s no cronômetro e voltei a trotar mais lento é claro , mas com a pretensão de não mais andar nesta famigerada subida. Mas essa Brigadeiro é mesmo traiçoeira. Ela começa com uma leve, mas longa subida, depois parece haver um platô no meio prá depois ter um subida não tão longa, mas mais íngreme no final. Penso em não correr mais a São Silvestre, mas sei que é apenas um pensamento devido a circunstância daquele momento da prova.

Não deu, andei mais 30 s prá depois conseguir trotar até seu final. Ao fazer a curva em seu final e chegar na Paulista, parece que não existe cansaço, dor, nem nada. Visualizar a reta de chegada é uma injeção de ânimo muito forte. Ainda escuto do meio do público: "Vai Orlando" , penso quem deve ser ? Olho e vejo o Zé Mauro tirando uma foto minha. Dou um gás no final ainda atrapalhado por muitos à frente, mas piso o tapete com o tempo líquido de 1h:33min:15s .

Fiquei satisfeito e realizado.Caminhei até o local para a retirada da medalha agradecendo a Deus pelo privilégio de ter conseguido completar bem a prova e ter terminado o ano de uma forma saudável.

Antes porém pego alguns copos de água, sento-me na guia e começo a observar a fisionomia dos corredores chegando. Cansados, sim , mas certamente realizados. Espero alguns minutos para ver se encontro meu primo , ou alguém conhecido. Sem sucesso , sigo para retirar minha medalha , colocá-la no peito e pensar orgulhoso. Vim de novo, vi e particularmente, venci.

Pontos positivos: Tempo, bom número de participantes de Pinda , ônibus e lanche cedidos pela prefeitura.Quantidade de banheiros químicos, Alegria dos participantes e das figuras fantasiadas,água gelada,estreitar amizades com pessoas como a Luciana, o Lucas, o Canela, a Marta o Amauri, etc, tirar foto com o sósia do Pelé.

Ponto Negativo: Fechamento da pista da Consolação.

Comentários gerais:

Inscrição : Muito cara.Retirada do kit : Prá quem não é de São Paulo é complicado retirar o kit no Ibirapuera.O pessoal de Pinda teve o privilégio de ter o Zé Mauro que pegou de todos.

Acesso: Tivemos sorte de pararmos perto, mas de um modo geral não estava ruim.

Largada: Sem problemas, exceto pelo fato de travar um pouco por causa dos que querem aparecer para as câmeras.

Hidratação:Muito boa. ( Vários postos com água gelada).

Percurso: Bom, desafiador.

Sinalização: Muito boa. Melhor e mais visível que no ano passado.

Segurança/isolamento: Muito boa, exceto na Brigadeiro que havia muita gente do público cruzando a avenida na frente dos atletas.

Participação do público: Este é um dos pontos altos da prova em todo o percurso.

Chegada/ dispersão: Boa, bem organizada e sem tumultos.

Entrega do kit pós prova: Ídem anterior.

Qualidade do kit pós prova: Boa ( bebida isotônica, frutas, pão de mel e barra de cereais).

Camiseta:Qualidade boa, mas com cor e estampas pouco criativas.

Medalha: Gostei muito, bonita, pesada e com a fita bonita também.

Sanitários: Ótima quantidade:

Guarda-volumes: Sem comentários, pois não precisei utilizar.

Divulgação de resultados:Muito bom .

Agradecimentos: Sempre em primeiro lugar a Jesus Cristo, meu Deus, a minha família, principalmente a Chris que me apóia muito, a ADC Inpe ( presidente Henrique ) , a prefeitura de Pindamonhangaba, especialmente ao Zé Mauro, aos amigos,colegas corredores e a todos aqueles que ficaram sabendo que eu iria participar desta prova e deram aquela palavra de incentivo muito valiosa.

Galeria de fotos :

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